Comunicado do partido reitera separação de poderes e aponta falta de provas sobre envolvimento nos acontecimentos de novembro
A Ação Democrática Independente (ADI) contestou publicamente o conteúdo e as interpretações derivadas do relatório da missão de observação da CEEAC, divulgado após a visita da organização ao país para analisar os trágicos acontecimentos de 25 de novembro de 2022. Num comunicado de 14 pontos, o partido rejeita qualquer tentativa de associação direta ou indireta ao episódio que resultou em quatro mortes no quartel militar e declara que os seus dirigentes não foram citados em qualquer relatório oficial de investigação criminal.
A direção nacional da ADI assegura que “nem o Presidente do partido nem qualquer outro dirigente foram alguma vez implicados” pelos órgãos competentes – nomeadamente a Polícia Judiciária e o Ministério Público. E acrescenta: “Defendemos que a Justiça deve seguir o seu curso natural, com total independência e isenção, e rejeitamos qualquer tentativa de manipulação política ou de atribuição forçada de culpas.”
A nota do partido surge após a circulação de interpretações do relatório da CEEAC que, segundo a ADI, insinuam responsabilidades políticas sobre a organização e possível encobrimento dos acontecimentos. Para o partido, tais leituras não só carecem de base factual como atentam contra o regular funcionamento das instituições.
“A ADI não interfere, nem jamais interferirá, em processos judiciais. Temos um compromisso inquebrantável com a democracia e com a justiça”, garante o comunicado.
Além de desmentir qualquer relação com os factos do 25 de novembro, a ADI afirma que a sua governação tem sido marcada por políticas de combate à corrupção e de moralização da vida pública. O documento destaca a adoção de medidas profundas “para garantir justiça social e proteger o bem público”, que, de acordo com a direção do partido, terão contrariado interesses de grupos ligados a práticas ilícitas, nomeadamente “a venda irregular de terrenos públicos”.
“Houve setores que, inconformados com os resultados das eleições, tentaram sabotar a governação com base em agendas pessoais”, acusa o comunicado.
A ADI sublinha ainda que continua a liderar uma política “revolucionária e inclusiva”, centrada no bem-estar dos mais desfavorecidos, e reforça o seu papel nas autarquias e no governo central. No final da nota, apela à comunicação social para que se paute pela verdade dos factos e condena a difusão de versões distorcidas dos acontecimentos.
“Só com estabilidade, justiça e democracia poderemos continuar a construir um São Tomé e Príncipe mais justo e desenvolvido.”