Conferência em Baku marca nova fase de cooperação entre ONGs do Sul Global

A cidade de Baku acolheu, entre os dias 27 e 28 de abril, a Conferência de Fundação da Plataforma de ONGs do Sul Global, reunindo representantes de organizações da sociedade civil de 116 países. O evento marcou o nascimento de uma aliança internacional destinada a fortalecer a atuação coletiva do Sul Global e a consolidar os compromissos assumidos na COP29.

Sob o lema “Ação Solidária: Fortalecendo as ONGs do Sul Global para um Mundo Novo e Justo”, a conferência destacou a urgência de construir novas formas de cooperação baseadas em solidariedade, soberania e justiça climática. Os participantes enfatizaram a importância de uma atuação coordenada da sociedade civil para garantir a implementação dos acordos ambientais e sociais adotados na última Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em 2024.

Entre os momentos mais marcantes estiveram os painéis de discussão “O Sul Global está ascendendo: o espírito de Bandung e a luta por um futuro soberano” e “Duplos padrões não são mais suficientes: ONGs como catalisadoras de um desenvolvimento justo no Sul Global”. Os debates recuperaram os princípios de Bandung — como a não interferência, o respeito mútuo e a cooperação — e apontaram sua atualidade diante das desigualdades e crises globais.

Também foi dado destaque à importância da juventude, da equidade climática e da ação conjunta entre países em desenvolvimento na preparação para a COP30. Especialistas da ONU, acadêmicos, líderes comunitários e representantes de redes regionais analisaram os desafios e propuseram mecanismos concretos para uma governança global mais representativa.

Durante o encontro, o Azerbaijão foi amplamente reconhecido por sua postura de respeito à soberania dos países, promoção do diálogo intercultural e compromisso com o desenvolvimento sustentável. A defesa do multilateralismo e a rejeição de qualquer forma de neocolonialismo foram reafirmadas como princípios centrais da nova plataforma.

A presença de delegações de todos os continentes, incluindo representantes da África, Ásia, América Latina e Oceania, fortaleceu a legitimidade do movimento e reafirmou o Sul Global como um ator político e estratégico na construção de um mundo mais justo. São Tomé e Príncipe esteve entre os países participantes, reforçando seu engajamento com as causas globais e a ação climática.

Ao final da conferência, foi lançada uma chamada à mobilização permanente das ONGs em torno da nova plataforma. Os organizadores incentivaram os participantes a promover o espírito de Baku em seus países, articular iniciativas conjuntas e garantir que os compromissos assumidos globalmente se traduzam em impactos reais e locais.

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