Uma onda de indignação tomou esta terça-feira, conta dos quadros da ENASA afetos à Região Autónoma do Príncipe, na sequência da divulgação da lista de participantes numa ação de formação técnica a decorrer no Gana, na qual não consta o nome de nenhum técnico destacado na ilha.
A formação, promovida no âmbito do reforço de capacidades operacionais do setor aeroportuário de São Tomé e Príncipe, contempla exclusivamente trabalhadores baseados em São Tomé, uma decisão que está a gerar mal-estar entre os profissionais do Príncipe, que se sentem marginalizados e esquecidos dentro da própria estrutura da empresa.
A notícia da exclusão foi recebida ontem com perplexidade e frustração pelos técnicos da ilha, que afirmam estar diante de mais um episódio que evidencia a desigualdade de tratamento entre os dois territórios. A formação representa não apenas uma oportunidade de qualificação técnica, mas também uma valorização profissional, num contexto onde a carência de investimentos na ilha é constantemente apontada.
Fontes próximas da delegação regional da ENASA referem que os funcionários aguardavam com expetativa por essa oportunidade, considerando os desafios operacionais enfrentados no aeroporto do Príncipe, cuja realidade exige pessoal cada vez mais qualificado e autónomo.
A ausência de qualquer explicação pública por parte da direção técnica ou da administração central da ENASA agrava o desconforto e está a gerar questionamentos internos sobre os critérios utilizados para a seleção dos participantes. A expectativa dos técnicos é que a situação seja revista com urgência e que haja um reposicionamento institucional que reconheça o valor e a necessidade de inclusão dos profissionais do Príncipe em iniciativas estruturantes para o futuro da aviação civil no país.