A Intersindical veio a público desmentir qualquer intenção de avançar com um pré-aviso de greve caso o XIX Governo Constitucional não cumpra o memorando de entendimento firmado com a gestão anterior.
“A Intersindical em momento nenhum manifestou a intenção de avançar com um pré-aviso de greve, neste momento, a nossa maior preocupação é negociar para o aumento salarial e para a integração dos 538 que estão propostos para a mudança de categoria, assegurou Clementino Boa Morte.
A declaração foi feita pelo presidente da Intersindical, Clementino Boa Morte, após uma reunião intensa com o Primeiro-Ministro, Américo Ramos, que decorreu na sexta-feira, 21 de março, no Palácio Governo.
No entanto, a entidade sindical deixou claro que o encontro serviu para discutir questões cruciais para os professores, incluindo melhorias nas condições de trabalho, aumento salarial, estatuto de carreira e a tão esperada mudança de categoria de centenas de docentes.
Segundo o líder da intersindical, Clementino Boa Morte, o encontro resulta da sequência das reuniões que a classe dos docentes tem tido com os sucessivos governo com intuito de encontrar respostas concretas e urgentes para resolver os problemas atinentes dos professores de São Tomé e Príncipe.
“Nós encontramos com à ministra da educação, Isabel Abreu, o ministro de Estado da Economia e Finanças, Gareth Guadalupe, e este encontro com o Primeiro-Ministro, Américo Ramos, encerra os trabalhos que tem a ver com o memorando de entendimento”, afirmou o líder da Intersindical.
Ainda falta cumprir três pontos essenciais do memorando de entendimento, aludiu o Clementino Boa Morte, quando ressaltava que estes pontos não foram cumpridos na íntegra, “estou a referir a aumento salarial, estatuto de carreira docente, e a progressão da carreira”, avançou.
A Zunta TV tem conhecimento que além dos pontos acima referido, a classe docentes tem batido sucessivamente com anterior governo com objetivo de resolver os problemas dos professores.
Sendo que, com o governo de Américo Ramos, Clementino Boa Morte aproveitou o encontro para levantar a questão da integração de 538 professores na mudança de categoria uma promessa que se arrasta sem solução a curto prazo.
“É preciso nós compreendermos que o memorando de entendimento foi assinado com o anterior governo, adiantou Clementino Boa Morte, ao referir que o actual primeiro ministro tem conhecimento do memorando e conhece o dossiê.
“É um novo governo, naturalmente há algumas alterações naquilo que é abordagem do governo, portanto, o sr. Primeiro-Ministro, está aberto para que continuemos a negociar e a trabalhar para que as exigências que nós fizemos e que estão expressas no memorando de entendimento sejam ultrapassadas”, concluiu o presidente da Intersindical.
O histórico recente da luta dos professores evidencia a gravidade da situação. A greve da classe docente, que ocorreu de 1 de março de 2023 a 8 de abril de 2024, foi a mais longa já registada no país no século XXI. Durante mais de um ano, o sistema educacional ficou paralisado, refletindo a frustração dos professores diante da inércia do XVIII Governo Constitucional.
A paralisação afetou milhares de alunos, gerou debates acalorados e pressionou as autoridades a responderem às demandas da categoria. No entanto, apesar das promessas feitas ao longo da greve, os professores ainda aguardam medidas concretas que solucionem suas reivindicações.
Com a chegada do novo governo, a expectativa da classe docente é de que o diálogo se transforme em ação. O Executivo de Américo Ramos garantiu que está disposto a trabalhar para resolver as pendências, mas a classe exige prazos e compromissos firmados em documentos oficiais.