Durante uma conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, o presidente do Partido de Convergência Democrática (PCD), João Bonfim, lançou críticas duras à situação energética do país e às negociações do Governo com a Tesla, defendendo a rescisão imediata do contrato.
Segundo Bonfim, o contrato com a Tesla é “absolutamente lesivo aos interesses do país”. “Estamos a pagar por 10 MW de energia e a receber apenas 3 MW. É como comprar um porco inteiro e receber apenas uma perna”, comparou. O líder do PCD questionou ainda o destino da energia que não chega à população, exigindo transparência total.
O presidente do PCD responsabilizou diretamente o Primeiro-Ministro pela crise energética, lembrando que ele próprio participou das negociações com a empresa. Bonfim sublinhou que o Primeiro-Ministro deve assumir publicamente o fracasso da intervenção, garantindo a continuidade do Estado e explicando as consequências das negociações mal-sucedidas.
Outro ponto central da conferência foi a referência do Diretor-Geral da EMAE a uma misteriosa “mão invisível”, alegadamente fora do país, que estaria a prejudicar o setor energético nacional. João Bonfim pediu que a EMAE esclareça, de forma patriótica, quem é esta entidade e que forneça todos os elementos aos órgãos policiais e judiciais. “Não pode ser deixado ao adivinho do cidadão quem é esta mão invisível que prejudica gravemente o nosso país”, alertou.
O PCD recomendou que o Ministério Público dê prioridade imediata à investigação do contrato e que a Polícia Judiciária seja acionada para averiguar todas as irregularidades apontadas pelo Diretor-Geral da EMAE.
Além da denúncia do contrato, Bonfim destacou a necessidade de um plano transparente de gestão da energia. A EMAE deve apresentar semanalmente as regiões, horários e locais em que ocorrerão cortes de energia, permitindo que os cidadãos se organizem. “Todos têm direito a saber quando poderão carregar o telemóvel, manter o frigorífico abastecido ou utilizar velas”, enfatizou.
O presidente do PCD concluiu reforçando que o contrato com a Tesla deve ser encerrado imediatamente e que é crucial avançar para soluções efetivas e de curto prazo, garantindo eficiência e transparência no fornecimento de energia elétrica e água em São Tomé e Príncipe.