Presidente Carlos Vila Nova Exorta Compromisso Nacional com a Cultura e Lança Desafio para a Preservação da Identidade Santomense.

Com o grito de alerta, o Presidente da República, referiu que a cultura está em risco, e mencionou a cultura como motor da economia e do turismo.

O Chefe de Estado fez um alerta contundente sobre os riscos iminentes que ameaçam o património cultural do país. Em tom firme e desafiador, Vila Nova convocou a sociedade santomense para uma missão urgente: resgatar, proteger e promover as expressões culturais que definem a identidade nacional.

“A cultura é a alma de uma nação. Ela é o elo que une gerações, que preserva a nossa história e transmite os nossos valores”, declarou o Presidente, iniciando um discurso repleto de reflexões sobre o estado atual do setor cultural santomense. No entanto, Vila Nova não se limitou a enaltecer o valor da cultura.

Perande as altas figuras do Estado, intelectuais, artistas e empreendedores culturais, na cerimónia oficial de abertura do mês da cultura, que decorreu no Salão Dona Alda Espírito Santo, o Presidente foi categórico ao afirmar que diversas manifestações culturais do país estão em risco de desaparecer para sempre.

“Se nada for feito, corremos o sério risco de apagar séculos de história e identidade”, advertiu.

O Chefe de Estado destacou expressões culturais que já caíram no esquecimento ou que se encontram ameaçadas, como Lumbu, Alimandade, Soya Kutu Damala, Soya Lombo Kumukantan e a tradicional dança Toluja, da Ilha do Príncipe. Além dessas, mencionou manifestações culturais raras e em risco crítico, como Socopé, Plomondes, Ussua, Escleva, Quina, Bliga, Tlundo e Danso Congo.

“Cada uma dessas expressões conta uma parte da nossa trajetória coletiva. Perder qualquer uma delas seria uma perda irreparável, não apenas para nós, mas para a humanidade”, afirmou, reforçando a necessidade de políticas concretas para salvaguardar a cultura santomense.

Num discurso repleto de convicção, Vila Nova também apontou o potencial económico e social da cultura. “Os recursos culturais, quando bem aproveitados, são ativos econômicos valiosos. Ao contrário dos recursos naturais que frequentemente desencadeiam disputas, a cultura é um bem inestimável que une e prospera”, sublinhou.

O Presidente defendeu uma estratégia nacional de valorização da cultura que contemple investimentos em festivais, exposições, intercâmbios culturais e feiras internacionais. Carlos Vila Nova mencionou a cultura como peça-chave para o desenvolvimento do turismo, um dos setores estratégicos para a economia do arquipélago.

“São Tomé e Príncipe tem uma riqueza cultural singular. Se soubermos transformá-la em valor econômico, não só projetaremos a nossa identidade para o mundo, como também impulsionaremos o nosso turismo e a nossa economia”, disse, apelando para uma maior articulação entre os setores cultural e turístico.

Carlos Vila Nova aproveitou a ocasião para lançar um desafio ao país: fazer do cinquentenário da Independência Nacional, celebrado este ano, um marco de resgate e valorização da cultura santomense.

“Este cinquentenário não pode ser apenas uma data comemorativa. Deve ser um ponto de viragem na forma como tratamos a nossa cultura. Que este ano seja um compromisso renovado com a nossa identidade e um passo decisivo na valorização do nosso patrimônio imaterial”, declarou, incentivando a criação de espaços de reflexão, debates e iniciativas que enalteçam a riqueza cultural do arquipélago.

O Presidente apelou ainda para a participação ativa da juventude e das comunidades locais na revitalização das tradições culturais, frisando que “a cultura é um organismo vivo, e cabe-nos garantir que ela floresça e evolua”.

Encerrando seu discurso, Carlos Vila Nova dirigiu-se aos decisores políticos, artistas, educadores, jovens e toda a sociedade santomense, deixando um apelo direto e emotivo: “Se queremos um país com identidade e orgulho das suas raízes, temos que agir agora. A cultura não pode ser uma causa secundária, nem relegada ao esquecimento. É a essência da nossa existência e o maior legado que podemos deixar para as futuras gerações”.

A cerimônia prosseguiu com apresentações culturais vibrantes, evidenciando a diversidade e a riqueza da cultura santomense. O evento inaugural estabeleceu o tom para um mês que promete ser não apenas de celebração, mas, sobretudo, de reflexão e ação concreta para garantir um futuro cultural sólido e valorizado em São Tomé e Príncipe

 

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