Projecto Risoma transforma vida de Muitos Jovens Santomense

Em um ambiente onde os sonhos, por vezes, parecem distantes, o projeto Risoma vem se destacando como uma ponte para o futuro de dezenas de jovens são-tomenses. Com foco na formação musical e no resgate cultural, a iniciativa é uma ferramenta poderosa de transformação social, especialmente entre adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Entre essas histórias inspiradoras, está a de uma jovem rapper que relembra com emoção sua trajetória antes e depois do projeto. “Eu sempre gostei de música, mas não sabia como usar a minha voz, não entendia as técnicas vocais, nem como construir uma carreira. Foi através do Risoma que ganhei esse conhecimento e, acima de tudo, confiança.”
Hoje, ela já se apresentou internacionalmente, representando o Risoma, São Tomé e Príncipe e as mulheres artistas do arquipélago. Teve a honra de estar ao lado de nomes importantes da música africana, como Carina Gomes (Guiné-Bissau) e Isabela Novella (Moçambique), além de mestres de instrumentos tradicionais, como a kora. “Tudo isso começou aqui. Foi essa porta que se abriu e transformou a minha vida”, conta.
O maestro e assessor pedagógico Clisna Carvalho destaca que a missão do Risoma vai além do ensino musical. “Muitos dos nossos alunos vêm de contextos muito difíceis. Cerca de 70% deles estão em situação de vulnerabilidade: vivem em bairros pobres, sem acesso à educação formal ou em risco de marginalização.”

Clisna relembra o caso de um aluno que, inicialmente, rejeitava os ritmos típicos do país. “Ele não gostava dos estilos musicais tradicionais. Era um desafio, porque ensinar música também é ensinar identidade. Então, comecei a trabalhar com ele individualmente, explicando a importância da cultura e dos nossos ritmos. Aos poucos, ele não apenas aprendeu — ele apaixonou-se.” Hoje, esse jovem é um dos músicos mais avançados da orquestra, um verdadeiro exemplo de superação.
Durante a última apresentação, o público pôde ouvir um repertório variado, que unia ritmos são-tomenses com influências internacionais. O objetivo, segundo a equipa do Risoma, é resgatar a riqueza musical local sem deixar de dialogar com o mundo — uma ponte entre tradição e modernidade.
Mais do que formar músicos, o Risoma forma cidadãos. E o convite está aberto: “Queremos ver mais meninas, mais adolescentes, mais jovens que amam a música ou têm curiosidade. O Risoma está aqui para dar oportunidade, para mostrar que vale a pena acreditar em si mesmo”, finaliza a jovem rapper, hoje uma artista com voz firme e cheia de futuro.

  

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