A contagem decrescente para um possível apagão nacional já começou. A Tesla STP notificou oficialmente o Governo de que irá suspender o fornecimento de energia a partir de 19 de agosto, caso não receba os mais de cinco milhões de euros que reclama em dívidas.
O aviso chega num momento em que a população já enfrenta cortes intermitentes de energia, aumentando a angústia e a desconfiança sobre a capacidade das autoridades em garantir estabilidade no setor.
Para Raul Cravid, diretor-geral da EMAE, a crise não é apenas financeira, mas também política. “Existem mãos invisíveis que dificultam este processo. A verdade é que, do ponto de vista técnico, o acordo com a Tesla STP está suspenso, mas legalmente ainda está em vigor”, afirmou.
A eventual rutura poderá impactar diretamente escolas, hospitais e pequenos negócios, fragilizando ainda mais a economia local. Especialistas alertam que a dependência do país de produtores externos de energia exige uma estratégia clara e sustentável, sob pena de São Tomé e Príncipe continuar refém de dívidas, ultimatos e “apagões anunciados”. Para Raul Cravid, diretor geral da EMAE, “quem quiser sabotar o país precisa entender que não estará a atingir a minha pessoa ou a EMAE, mas sim toda a nação. Uma sabotagem neste setor deixa todos às escuras”. Ele enfatizou que, juridicamente, o contrato com a Tesla ainda está em vigor, mas tecnicamente encontra-se suspenso, complicando negociações e estratégias de mitigação.
Raul Cravid criticou o contrato vigente. “A Tesla está a produzir apenas 3 megawatts, quando contratualmente deveria entregar 10. Ainda assim, continua a faturar como se fornecesse os 10, cobrando 500 mil euros. Isto não é apenas desvantajoso, é profundamente lesivo para o país”. Segundo o director-geral da empresa de Água e Electricidade, o contrato representa um comportamento de rutura por parte da Tesla e deve ser revisto por juristas do Estado.
O diretor-geral da EMAE alertou para a existência de forças externas, mencionando a famosa “mão invisível”, “confesso, parece até ter havido uma ‘mão invisível’ a orientar a Tesla, criando problemas desnecessários para o país”. Raul Cravid garantiu que, apesar da pressão, a EMAE está a trabalhar para restabelecer a energia e reforçar a base de produção nacional nos próximos 60 dias, minimizando os impactos sobre os cidadãos.