O governo de São Tomé e Príncipe, em parceria com a FAO, realizou nesta sexta-feira um ateliê para discutir a implementação da iniciativa “Mão na Mão”, que visa consolidar um sistema agrícola 100% sustentável no país. O evento, realizado no Hotel Praia, contou com a presença de representantes do governo, técnicos agrícolas, sociedade civil e agricultores, que debateram estratégias para a transição para práticas agro-ecológicas e orgânicas.
A iniciativa faz parte do plano nacional “São Tomé e Príncipe 100% Bio”, adoptado pelo governo em 2019, com o objetivo de transformar a agricultura do país, fortalecer a segurança alimentar e promover a produção sustentável. Desde então, São Tomé e Príncipe tem se destacado como um dos países africanos com maior área agrícola dedicada à agricultura biológica, além de ter seu sistema agro-florestal de cacau reconhecido pela FAO como Património Agrícola Mundial.
Durante a realização do ateliê, os participantes discutiram os avanços já alcançados e os desafios a serem superados. A preocupação com o uso excessivo de produtos químicos na agricultura foi um dos temas abordados, realçando a necessidade de práticas mais sustentáveis para garantir alimentos mais saudáveis à população. Além disso, foi ressaltada a importância de integrar outros sectores, como turismo, saúde e educação, para fortalecer a valorização da cultura alimentar são-tomense e impulsionar o reconhecimento internacional da qualidade dos seus produtos.
Entre as principais medidas em debate estão a identificação de investimentos estratégicos, a melhoria da coordenação entre diferentes sectores do governo para apoiar a transição agro-ecológica, a sensibilização da população para o consumo de alimentos saudáveis e o fortalecimento da agricultura sustentável como um diferencial turístico do país. Também foi ressaltado que a estratégia 100% Bio não significa apenas produção totalmente biológica, mas sim um compromisso com a qualidade diferenciada dos produtos agrícolas.
Com essas acções, São Tomé e Príncipe reafirma o seu compromisso com um modelo agrícola inovador e sustentável, alinhado com as políticas globais de segurança alimentar e combate à pobreza. O governo e os parceiros envolvidos acreditam que a transformação do sector primário será essencial para garantir um futuro económico mais promissor, consolidando o país como referência em agricultura sustentável e de qualidade.
