São Tomé e Príncipe valida planos locais e regional para enfrentar impactos das alterações climáticas

São Tomé e Príncipe deu, esta terça-feira, 27 de maio, mais um passo decisivo na luta contra as alterações climáticas com a validação oficial dos Planos Locais e do Plano Regional de Adaptação, documentos estratégicos que visam preparar o país para os efeitos cada vez mais intensos das mudanças no clima.

A cerimónia de validação, que reuniu representantes governamentais, técnicos ambientais, parceiros internacionais e membros da sociedade civil, foi organizada pela UN-Habitat e decorreu na Biblioteca Nacional, num momento que marca o culminar de meses de trabalho técnico e de concertação local. Os planos agora aprovados têm como objetivo reduzir a vulnerabilidade do país, promovendo uma abordagem coordenada, eficaz e territorialmente adequada de adaptação climática.

“A nossa prioridade é reforçar a capacidade institucional e comunitária para lidar com os efeitos adversos das alterações climáticas. Estes planos são fruto de um trabalho sério e fundamentado, com base na realidade de cada distrito”,
afirmou Sulisa Quaresma, diretora do Ambiente e Ação Climática.

Entre os principais desafios identificados nos documentos, destaca-se o período prolongado de seca, que tem afetado a agricultura, os recursos hídricos e a segurança alimentar no arquipélago. A necessidade de medidas estruturais, como a gestão sustentável da água, reflorestação e planeamento urbano resiliente, é uma prioridade transversal aos diferentes distritos.

Por sua vez, o coordenador nacional do Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, Victor Bomfim, destacou o impacto prático da validação:

“A partir de agora, cada distrito e a Região Autónoma do Príncipe passam a dispor de planos específicos, adaptados às suas realidades e prioridades. Isso permite uma atuação descentralizada, coordenada e mais eficaz.”

Os documentos foram desenvolvidos no quadro do Plano Nacional de Adaptação (PNA), com apoio técnico de parceiros internacionais e financiamento de instituições multilaterais. O objetivo, segundo os responsáveis, é que os planos orientem as políticas públicas e os investimentos em projetos que protejam as populações mais vulneráveis, promovam a resiliência climática e garantam o desenvolvimento sustentável.

A validação dos Planos Locais e do Plano Regional representa, assim, uma etapa-chave para a integração das mudanças climáticas na agenda de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, aproximando o país das metas globais do Acordo de Paris.

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