A União das Associações Juvenis e a Federação da Associação dos Deficientes de São Tomé e Príncipe promoveram um workshop sobre saúde menstrual, com apoio financeiro do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e do UNICEF. A atividade, realizada no âmbito do Dia Internacional da Higiene Menstrual, reuniu principalmente mulheres com deficiência para discutir direitos, desafios e inclusão.
O encontro teve como propósito eliminar estigmas sobre a menstruação, ainda presentes na sociedade são-tomense, e ampliar o acesso à informação para pessoas com deficiência, que enfrentam dificuldades específicas no que toca à higiene menstrual digna.
Representantes do FNUAP e do UNICEF explicaram que a ação integra uma estratégia de promoção da equidade em saúde. Edna Pérez, do FNUAP, chamou atenção para o fato de que mulheres com deficiência lidam com barreiras cumulativas, tanto sociais quanto estruturais, ao lidar com o ciclo menstrual.
Entre os pontos discutidos, estão a falta de acesso a produtos menstruais, ausência de infraestrutura adaptada em escolas e comunidades, e carência de materiais informativos acessíveis a pessoas com deficiência auditiva e visual.
Nêuza Carvalho, do UNICEF, lembrou que a inclusão precisa ser pensada desde o início das políticas públicas. Segundo ela, não basta adaptar ações já em curso, mas envolver todos os grupos sociais desde a conceção das iniciativas.
O evento contou com tradutores de língua gestual e especialistas em saúde sexual e reprodutiva. Está prevista a realização de workshops semelhantes noutras regiões do país, incluindo o Príncipe.
Celebrado a 28 de maio, o Dia Internacional da Higiene Menstrual simboliza a média de 28 dias do ciclo e os cinco dias de duração da menstruação, reforçando a importância do tema. Para os organizadores, a iniciativa representa um passo em direção a uma sociedade mais inclusiva, informada e consciente dos direitos de quem menstrua.
