São Tomé, 19 de junho de 2025 – Equipas do projeto comunitário “Cinco Irmãos” receberam nesta quinta-feira, do Ministério da Saúde, um novo conjunto de materiais de apoio logístico. A entrega incluiu coletes identificativos, mochilas, capas de chuva e botas, que permitirão intensificar o trabalho no terreno, mesmo sob condições climáticas adversas.
A cerimónia, realizada nas instalações do Centro Nacional de Endemias, reuniu representantes do setor da saúde, líderes comunitários e voluntários do projeto. Mais do que uma simples doação de equipamentos, o ato representou um reforço simbólico e prático ao compromisso nacional de combater três das doenças que mais afetam a população são-tomense: o paludismo, a tuberculose e a hepatite C.
Criada há dois anos, a iniciativa “Cinco Irmãos” nasceu da urgência em aproximar os serviços de saúde das comunidades. Voluntários, formados em comunicação e promoção da saúde, percorrem bairros e localidades para sensibilizar as populações sobre práticas de prevenção, higiene e cuidados com a saúde familiar.
“Esta entrega é um passo importante para garantir que as equipas possam continuar o seu trabalho com dignidade e segurança. Estamos a investir na comunidade para que ela própria se torne guardiã da sua saúde”, afirmou Bonifácio Sousa, responsável pelo Centro Nacional de Endemias.
Com metas alinhadas às orientações da Organização Mundial da Saúde, o projeto pretende eliminar o paludismo, reduzir drasticamente os casos de tuberculose e controlar a propagação da hepatite C até 2032-2035. O trabalho é contínuo, casa a casa, palavra a palavra.
Braulia Costa, uma das voluntárias mais ativas da equipa, partilhou a experiência vivida no terreno:
“As pessoas confiam em nós porque falamos a mesma língua, conhecemos os seus hábitos. Muitos não sabem que têm direito ao diagnóstico e tratamento gratuito. O nosso papel é informar, orientar e acompanhar.”
A “Cinco Irmãos” atua como ponte entre o sistema de saúde e o cidadão comum. A equipa identifica casos suspeitos, esclarece mitos, promove boas práticas sanitárias e encaminha doentes para tratamento. Já chegou a dezenas de comunidades nas zonas urbanas e rurais, com uma abordagem centrada no respeito cultural e no envolvimento direto dos moradores.
Com o reforço dos materiais, espera-se que o impacto do projeto seja ampliado, especialmente em zonas remotas e de difícil acesso. O Ministério da Saúde reconhece o valor estratégico da participação comunitária na vigilância e prevenção de doenças, e a iniciativa é apontada como um modelo que poderá ser replicado em outras ilhas e distritos.