Campanha visa reativar associações, legalizar grupos informais e impulsionar o protagonismo jovem em todo o país. O Conselho Nacional da Juventude (CNJ) deu o pontapé de saída à campanha “Juventude Organizada”, uma iniciativa estratégica para reanimar o associativismo juvenil em São Tomé e Príncipe. Integrada no plano de ação para 2025, a campanha quer inverter o ciclo de estagnação que afeta muitas organizações juvenis, promovendo a reativação de grupos inativos, a criação de novas associações e a legalização de coletivos ainda informais.
Segundo Lunercio Martins, coordenador da campanha, a fuga de quadros jovens tem sido um dos principais obstáculos à continuidade do movimento associativo. “Muitos líderes associativos emigraram e deixaram as organizações sem direção, enfraquecendo seriamente a base juvenil do país”, declarou. O impacto tem sido tão profundo que, por falta de quórum, a própria Assembleia do CNJ chegou a ser inviabilizada.
Com uma duração prevista de seis meses, a campanha já está no terreno. Os meses de maio e junho serão dedicados ao mapeamento e diagnóstico das associações existentes, enquanto julho e agosto trarão ações de capacitação de líderes e apoio técnico à criação e legalização de novos grupos.
A meta do CNJ é ambiciosa: reativar pelo menos 25 associações já inscritas e criar 20 novas organizações juvenis em localidades estratégicas. “Vamos ao encontro dos jovens. Se já estão a trabalhar com e para a juventude, mas ainda não têm registo formal, vamos garantir esse apoio junto ao cartório nacional”, garantiu Lunercio.
Embora liderada pelo CNJ, a campanha contará com a colaboração ativa de organizações juvenis locais em todos os distritos. Esta aliança é vista como essencial para garantir o alcance e a eficácia das ações.
“Juventude Organizada” representa mais do que uma campanha: é um chamado nacional à mobilização e renovação do tecido juvenil associativo, num momento crítico para o futuro da participação cívica e comunitária dos jovens santomenses.