A recente ordem executiva emitida nos Estados Unidos pelo ex-presidente Donald Trump, que reforça as restrições de entrada de estrangeiros em solo americano, não inclui São Tomé e Príncipe nem os restantes países da CPLP, à exceção da Guiné Equatorial. A medida, que gerou inquietação nas redes sociais, tem sido associada a uma alegada intenção de barrar até 70 milhões de falantes de português, facto que não se confirma.
Segundo a lista oficial atualizada, os países banidos — como Afeganistão, Chade, Irão, Somália e Guiné Equatorial — são classificados como nações com fracas capacidades de verificação de identidade, colaboração internacional ou sob elevado risco de terrorismo. A Guiné Equatorial, embora membro da CPLP desde 2014, é o único país lusófono inserido na lista de proibição total de entrada nos EUA.
São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Brasil e Timor-Leste não figuram entre os países afetados, confirmou um comunicado analisado por especialistas internacionais e fontes diplomáticas.
As declarações ganham ainda mais relevância ao coincidirem com a recente entrevista do encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em São Tomé, na qual o diplomata anunciou o encerramento da estação local da Voz da América, rádio financiada pelo governo norte-americano. “A missão foi cumprida”, declarou o responsável, destacando os anos de contribuição para a promoção da liberdade de expressão e acesso à informação no país.
O encerramento da estação marca, segundo o diplomata, o início de uma nova fase de cooperação bilateral, focada na juventude, educação, economia azul, empreendedorismo e apoio aos media.
A Embaixada dos EUA recomenda aos cidadãos santomenses que pretendem viajar aos Estados Unidos que consultem fontes oficiais e atualizadas, evitando partilhar conteúdos alarmistas ou não verificados nas redes sociais.