No âmbito das celebrações do Mês da Francofonia, a Universidade de São Tomé e Príncipe (USTP) promoveu uma mesa redonda para discutir os desafios do ensino e da aprendizagem da língua francesa no país. O evento reuniu especialistas, docentes e estudantes, que alertaram para a fraca base linguística dos alunos ao ingressarem na universidade e destacaram a necessidade urgente de reforçar o ensino do francês desde o nível básico.
Atualmente, apenas 50 estudantes estão matriculados no curso de francês da USTP, um número alarmante diante da crescente influência global do inglês. No entanto, os participantes sublinharam a relevância do francês para São Tomé e Príncipe, sobretudo devido às relações comerciais e históricas com países francófonos da região.
A representante do Ministério da Educação, Helena Botelho, reconheceu a queda na qualidade do ensino do francês nos últimos anos, mas garantiu que medidas estão em curso para reverter esse quadro. Segundo ela, a Aliança Francesa tem apoiado os professores, e há planos para introduzir o francês a partir da terceira classe do ensino básico. No entanto, a escassez de professores qualificados continua sendo um obstáculo significativo.
Além disso, o Ministério da Educação reafirmou que não pretende privilegiar uma única língua estrangeira. Paralelamente ao reforço do francês, estão em andamento iniciativas para introduzir o ensino do mandarim e, futuramente, do alemão, ampliando as oportunidades de mobilidade e inserção internacional para os santomenses em um mundo cada vez mais globalizado.
A mesa redonda evidenciou um alerta: sem investimentos urgentes, o francês pode perder espaço em São Tomé e Príncipe, comprometendo não apenas o futuro acadêmico dos estudantes, mas também as oportunidades econômicas e diplomáticas do país.