O sistema de saúde de São Tomé e Príncipe está a atravessar uma transformação significativa com a migração do software de gestão de medicamentos mSupply para uma nova versão, mais avançada e acessível. A informação foi confirmada por Otávio Souza, informático do Sistema de Informação em Saúde (SIS), que lidera este processo há cerca de um ano.
O Open mSupply, uma versão de código aberto que pode ser utilizada através de qualquer navegador com acesso à internet, permite agora que múltiplos utilizadores trabalhem em simultâneo, eliminando antigas limitações técnicas. “Com essa nova versão, qualquer técnico autorizado poderá controlar em tempo real os estoques de medicamentos e consumíveis, desde o hospital central até aos postos de saúde mais remotos”, explicou Otávio.
A capacitação está a decorrer com o apoio técnico de um consultor internacional, e envolve desde “super-users” até utilizadores de base, numa formação gradual. A implementação já começou no Fundo Nacional de Medicamentos, devendo em breve chegar a outras unidades do país.
A enfermeira Mayra, responsável pela saúde reprodutiva no distrito de Cantagalo, elogiou a nova ferramenta: “É muito mais simples que a versão anterior e vai facilitar bastante a nossa gestão diária, especialmente no acompanhamento dos produtos do Ponto de Serviço Logístico (PSL).”
Apesar do entusiasmo, o projeto enfrenta desafios como a escassez de equipamentos adequados e a necessidade de sensibilização para garantir o uso eficaz da plataforma. A parceria entre o Ministério da Saúde, o PNUD e instituições como o Gavi é vista como essencial para o sucesso desta transformação digital.