O Partido de Convergência Democrática (PCD) veio a público denunciar o que classifica como uma “partidarização vergonhosa” das festividades dos 50 anos da Independência Nacional, organizadas pelo Governo de São Tomé e Príncipe no passado 12 de julho. Num comunicado lido pelo secretário-geral Dydysirley Viegas, a formação política afirma ter sido deliberadamente excluída das cerimónias e acusa o executivo liderado por Américo Ramos de instrumentalizar o momento histórico em benefício próprio.
“Determinados partidos, como o PCD, não foram sequer convidados para as cerimónias. A Independência Nacional é uma conquista coletiva do povo são-tomense, não um monopólio de quem governa temporariamente o país”, sublinhou o dirigente.
O partido lamentou ainda que as festividades tenham sido usadas como palco de autopromoção do Governo, ignorando a pluralidade de forças políticas e de figuras históricas que contribuíram para a luta de libertação. Para o PCD, houve uma clara tentativa de “reescrever a história à medida dos interesses do poder instalado”.
Outro ponto fortemente criticado foi o erro ortográfico presente no cartaz oficial do evento, no qual a palavra “aniversário” foi grafada com “s” “aniversário”, o que o partido considerou inadmissível numa celebração com esta dimensão.
“Não se pode tolerar que um momento de exaltação da identidade nacional seja manchado por erros grosseiros, como grafar ‘aniversário’ com ‘s’”, lê-se no comunicado.
O cancelamento da sessão solene na Assembleia Nacional, marcada para o próprio dia 12, foi também citado como sinal de má organização e desprezo pelas instituições do Estado. Já quanto à presença internacional, o PCD lamenta que, fora a participação da República Portuguesa, a maioria dos países amigos tenha ignorado a efeméride “um sinal preocupante da perda de prestígio externo de São Tomé e Príncipe”, afirmou.