Porto à Beira do Colapso: Primeiro-Ministro Admite Crise e Abre Porta para Privatização

O Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe visitou hoje, quarta-feira, 23 de abril, o Porto de São Tomé, e classificou a situação como “crítica e insustentável”. Com contentores empilhados, equipamentos obsoletos e custos operacionais em alta, o principal porto do país está no limite – e o governo promete agir antes que o colapso se instale de vez.

“Todos sabem que a situação do porto é grave. É um problema que se arrasta há anos, entre promessas, contratos falhados e greves. Chegou a hora de soluções concretas”, afirmou o Primeiro-Ministro durante a visita ao local, acompanhado da direcção da ENAPORT e de membros do executivo.

A visita não foi apenas protocolar. O governo está a montar um plano de ataque em três frentes — curto, médio e longo prazo — que poderá incluir medidas impopulares, mas inevitáveis. Entre elas, está a possível privatização total ou parcial da gestão portuária.

 

“Estamos a analisar propostas de empresas nacionais e internacionais, incluindo uma ganense e outra francesa. A gestão pública, tal como está, faliu. Precisamos pensar fora da caixa”, disparou o Primeiro-Ministro, deixando no ar a possibilidade de uma mudança radical no modelo de operação da infra-estrutura portuária.

Segundo o governo, os problemas vão desde a falta de guindastes funcionais até à ineficiência na logística de desembarque. A circulação interna no porto é caótica, e os atrasos geram prejuízos em cadeia para o comércio e o abastecimento nacional. Apesar da gravidade da situação, o chefe do governo garantiu que as primeiras acções emergenciais serão lançadas ainda neste trimestre. “Não podemos prometer milagres, mas podemos prometer trabalho. Daqui a três meses, o país começará a sentir as primeiras melhorias operacionais”, assegurou.

O projecto de um porto de águas profundas, que já esteve na gaveta de outros governos, também voltou à pauta como solução de longo prazo. Mas, para já, o foco é manter o porto actual minimamente funcional — e isso exige investimentos imediatos.
Numa ilha onde o mar é a única via para bens essenciais, o porto não pode falhar. E a actual situação representa, segundo analistas, um gargalo perigoso para a economia nacional.
O governo prometeu divulgar nos próximos dias o cronograma de acções e as propostas sob avaliação. Enquanto isso, os olhos do sector privado, dos sindicatos e da população estão voltados para o porto — e para o relógio, que corre contra o tempo.

 

 

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