São Tomé, 27 de junho de 2025 – Com olhos postos no futuro e os pés firmes no presente, São Tomé e Príncipe validou esta sexta-feira, num workshop técnico, o projeto “Reforçar a Capacidade de Adaptação às Inundações à Segurança Hídrica”, considerado um dos mais estratégicos para enfrentar os impactos crescentes das alterações climáticas.
Liderado pelo Ministério do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e financiado pelo Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), o projeto foi apresentado no Centro Cultural Brasil diante de representantes governamentais, organizações da sociedade civil e especialistas do setor.
Na sessão de abertura, a ministra do Ambiente, Nilda da Mata, foi clara ao destacar o sentido de urgência:
“Já não se trata de prever, mas sim de reagir com responsabilidade e firmeza. As inundações em São Tomé e Príncipe já são uma realidade que compromete vidas, meios de subsistência e infraestruturas”, frisou a ministra, apelando à mobilização conjunta para garantir que este projeto se traduza em ações concretas no terreno.
Por sua vez, a representante residente interina do PNUD, Negar Arefi, reafirmou o compromisso da agência das Nações Unidas com o progresso sustentável do arquipélago:
“O PNUD está ao lado do povo santomense. Este projeto é uma peça-chave da nossa parceria com o Governo e será tratado como prioridade para ser implementado já no próximo ano.”
A proposta validada estabelece uma série de ações prioritárias:
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Redução de riscos de inundações nas zonas urbanas de São Tomé e Santo António;
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Proteção das bacias hidrográficas dos rios Água Grande e Papagaio;
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Melhoria da gestão de resíduos sólidos;
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Fortalecimento da segurança hídrica urbana e rural;
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Restauro ecológico de pelo menos 200 hectares de áreas degradadas;
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Integração da igualdade de género e inclusão social em todos os níveis do projeto.
Com previsão de impactar diretamente mais de 95 mil pessoas, o projeto será submetido nos próximos meses à aprovação final do GEF. A validação do PRODOC, o documento técnico do projeto foi o momento-chave do evento, que também serviu para recolher contributos e sugestões dos presentes.
“Este projeto tem o potencial de transformar realidades e garantir um futuro mais seguro para todos os santomenses”, acrescentou a ministra Nilda da Mata, visivelmente satisfeita com a adesão dos participantes.
A mobilização institucional e o ambiente colaborativo do encontro reforçam o espírito de responsabilidade partilhada em torno da adaptação climática — num arquipélago onde os efeitos da crise ambiental já não pedem licença para entrar.