A luta contra a poluição plástica em São Tomé e Príncipe ganhou um reforço estratégico com a apresentação oficial do projeto IslandPlas, iniciativa da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), financiada pela Coca-Cola Foundation, que visa recolher e transformar resíduos plásticos em produtos reutilizáveis e comercializáveis.
A cerimônia de apresentação do projeto e do Termo de Referência (TDR) teve lugar no Centro de Formação Brasil-São Tomé e Príncipe, no passado dia 16 de julho, e reuniu autoridades governamentais, técnicos da área ambiental e representantes de organizações da sociedade civil.
A iniciativa pretende recolher 116 toneladas de resíduos plásticos ao longo de dois anos, das quais 58 toneladas serão efetivamente recicladas, com impacto direto previsto em cerca de 500 famílias, sobretudo aquelas que já atuam informalmente na recolha de resíduos.
Além da meta ambiental, o projeto alinha-se aos princípios da economia circular, ao promover a transformação de resíduos em matéria-prima útil, com potencial de uso local e de exportação futura, estimulando empregos verdes e novas oportunidades econômicas sustentáveis.
Durante a sessão, foi lançado o Pedido de Propostas para consórcios interessados em implementar o plano de recolha e reciclagem nas ilhas de São Tomé e do Príncipe. Os critérios constam no Termo de Referência publicado e acessível às entidades candidatas.
A ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável, Nilda da Mata, destacou que o projeto está em linha com os compromissos internacionais assumidos por São Tomé e Príncipe no quadro do Acordo de Paris sobre o Clima, sobretudo no combate aos plásticos descartáveis e à poluição dos ecossistemas marinhos.
“Trata-se de uma mudança de mentalidade e de paradigma. Não é apenas uma questão de recolher o lixo, é transformar problemas em soluções sustentáveis”, afirmou a ministra.
Para além da recolha e transformação de resíduos, a estratégia contempla também ações de sensibilização pública sobre os perigos do plástico, especialmente os microplásticos, que já foram identificados na água potável e em espécies marinhas, representando sérios riscos à saúde pública.
O projeto IslandPlas é implementado em sete Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS): Cabo Verde, Comores, Madagáscar, Maurícia, São Tomé e Príncipe, Seicheles e Zanzibar.