O Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros assinalou no sábado, 17 de maio, o seu 41.º aniversário com uma cerimónia marcada por discursos emotivos e reflexivos sobre os desafios e conquistas da instituição. O evento, que reuniu autoridades civis e militares, foi palco de reconhecimentos, homenagens e apelos urgentes à melhoria das condições operacionais do serviço.
O comandante da Polícia, Domingos Nascimento, destacou a importância da dedicação e coragem demonstradas ao longo de mais de quatro décadas de serviço público. “Temos mantido o nosso compromisso, dedicação e profissionalismo ao serviço da causa pública. Esta é, sem dúvida, a melhor homenagem que podemos prestar a todos os homens e mulheres que continuam a dar o seu contributo com entusiasmo e espírito de missão”, afirmou.
No entanto, o comandante foi claro ao expor as dificuldades enfrentadas pela corporação. Entre elas, salientou a escassez de ambulâncias, viaturas de combate a incêndios, equipamentos de proteção individual e condições dignas para os operacionais. “O nosso pessoal tem utilizado equipamentos obsoletos. Precisamos urgentemente de renovação e de viaturas com capacidade para chegar às localidades mais remotas. É imperativo um aportelamento digno para garantir o bem-estar dos nossos bombeiros”, apelou, dirigindo-se ao Governo e ao Ministro da Defesa e Ordem Interna.
O brigadeiro Horácio Sousa também tomou a palavra e reforçou o reconhecimento ao trabalho dos bombeiros, referindo-se-lhes como “soldados da paz”. No seu discurso, valorizou a bravura, o profissionalismo e a entrega dos efetivos, mesmo diante das constantes limitações. “Os bombeiros têm feito o possível e o impossível para responder aos vários pedidos de socorro, tantas vezes mal compreendidos. Mas sei que estão preparados para ultrapassar as incompreensões e levar a bom porto a vossa missão”, declarou.
Referindo-se ao lema das comemorações — “Uma proteção civil e bombeiros firme para construir uma sociedade resiliente” — o brigadeiro defendeu a necessidade de formação contínua, investimento em novas tecnologias e fortalecimento das parcerias para garantir respostas eficazes às calamidades cada vez mais frequentes, agravadas pelas mudanças climáticas.
Ambos os discursos convergiram num ponto central: o reconhecimento ao papel essencial dos bombeiros na proteção de vidas e bens, aliado a um apelo claro à valorização e ao reforço das capacidades operacionais da instituição.
A cerimónia terminou com um momento de homenagem aos bombeiros já falecidos e um agradecimento emocionado a todos os presentes. “Viva o Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros. Viva São Tomé e Príncipe”, concluiu Domingos Nascimento.
A celebração dos 41 anos foi, assim, marcada não só pelo orgulho da missão cumprida, mas também pela esperança de que o futuro traga melhores condições para aqueles que, diariamente, dão a vida para salvar vidas.
