São Tomé – Num gesto inesperado que está a agitar os bastidores da política são-tomense, a advogada Celiza Deus Lima apresentou, esta terça-feira, a sua renúncia ao cargo de Conselheira de Estado, função que vinha exercendo desde 2021, por nomeação directa do Presidente da República, Carlos Vila Nova.
A notícia foi avançada pela RSTP e rapidamente repercutiu nas redes sociais, onde ganha força a especulação de que Celiza poderá vir a ser nomeada Procuradora-Geral da República — um cargo estratégico no sistema judicial nacional.
A renúncia foi formalizada por iniciativa da própria advogada, que preferiu não divulgar os motivos da decisão. O silêncio estratégico adoptado por Celiza Deus Lima está, no entanto, a alimentar rumores e leituras políticas nos corredores do poder.
Nomeada em outubro de 2021, Celiza foi a única mulher a integrar o Conselho de Estado na actual composição. Ao tomar posse, assumiu também o papel de porta-voz dos conselheiros, destacando o desejo de uma nova dinâmica de cooperação institucional entre o Conselho de Estado e o Chefe de Estado.
Com um perfil técnico e firme presença no universo jurídico nacional, Celiza Deus Lima sempre se posicionou como uma voz ponderada mas independente, o que pode ser agora interpretado como um sinal de transição para funções de maior peso e responsabilidade.
Embora não haja confirmação oficial, fontes não identificadas e comentários nas redes sociais apontam para a sua possível nomeação como Procuradora-Geral da República, um cargo que exige não apenas competência jurídica, mas também coragem para enfrentar os desafios do combate à corrupção e à impunidade.
Se a especulação se confirmar, será a primeira vez que uma mulher com passagem pelo Conselho de Estado assume o comando da Procuradoria-Geral, um movimento que poderá marcar um ponto de viragem no sistema judicial são-tomense.
O país aguarda por respostas. E Celiza, com a sua saída discreta mas estratégica, parece saber exatamente o peso do silêncio no xadrez político.