Virar o Sol a Nosso Favor: São Tomé inaugura primeiro projeto híbrido de energia solar com ambição regional

A Central Térmica de Santo Amaro acolheu esta quarta-feira, 4 de junho, a inauguração oficial da primeira central híbrida de energia solar do país. Parceria entre o Governo e o PNUD marca início de uma nova era energética, com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

A produção de energia limpa em São Tomé e Príncipe ganhou um novo impulso com o lançamento da central solar de 1,2 megawatts na Central Térmica de Santo Amaro. O projeto, fruto de uma parceria estratégica entre o Governo santomense e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), insere-se num plano nacional de transição energética e promete aliviar a dependência dos combustíveis fósseis importados.

Durante a cerimónia, o Diretor Executivo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para São Tomé e Príncipe, Samson Oybode Oyetunde, destacou a importância do momento:

“Este não é apenas um projeto técnico — é uma promessa concreta de progresso e soberania energética para o povo santomense.”

O novo sistema híbrido junta-se ao projeto anterior de 0,5 megawatts, também com apoio do PNUD, formando o primeiro conjunto de centrais solares integradas no arquipélago.

Para Samson Oyetunde, esta iniciativa “representa o tipo de parceria inteligente que o continente africano precisa de replicar: governos com visão, instituições multilaterais ativas e foco claro no impacto local”. O responsável elogiou ainda o compromisso de São Tomé e Príncipe em “submeter os seus planos ao Programa 300 da Missão de Infraestrutura Energética”, um movimento que liga o país ao Banco Mundial e à Fundação Rockefeller na busca por financiamento internacional.

“Esperamos assinar, já este mês de junho, um compacto fundamental para mobilizar recursos. Esta será uma viragem decisiva na estratégia energética do país,” sublinhou o diretor executivo do BAD.

O projeto prevê a diversificação do chamado “mix energético”, criando condições para futuras fases de investimento, incluindo a integração de energia hidroelétrica e a modernização das infraestruturas de distribuição.

“Se tudo correr como previsto, daqui a um ou dois anos estaremos novamente aqui, com mais megawatts instalados, mais independência energética e mais resultados visíveis para a população,” garantiu Samson Oyetunde, deixando ainda uma nota de compromisso: “Podem e devem continuar a exigir mais de nós. Porque quanto mais pressão colocarem, mais iremos entregar.”

A cerimónia contou com a presença do Primeiro-Ministro Américo Ramos, membros do Governo, representantes do PNUD, técnicos do setor energético e membros da comunidade.

A central de Santo Amaro torna-se assim símbolo de esperança e viragem estratégica, numa altura em que São Tomé e Príncipe se posiciona como exemplo de transição energética justa e sustentável no contexto africano.

 

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