Internacional | Oriente Médio – 22 de junho de 2025
Rússia reage com críticas, Irã promete retaliação, e comunidade internacional pede contenção
O conflito entre Israel e Irã escalou de forma significativa após um ataque militar direto dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas. Na noite de sábado, 21 de junho, aviões norte-americanos – incluindo bombardeiros B-2 – lançaram bombas do tipo GBU-57 e mísseis Tomahawk sobre os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan, alvos estratégicos do programa nuclear do Irã.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a operação como um “espetacular sucesso militar” e declarou: “Os sítios nucleares foram completamente obliterados. Agora é hora da paz. Mas, se o Irã continuar com agressões, mais retaliações virão.”
Em resposta, o Irã lançou mísseis contra o território israelense, causando vários feridos e provocando novo surto de tensão na região. O episódio marca um momento decisivo, em que o conflito passa de confrontos indiretos a choques abertos entre potências militares.
Durante o Fórum Econômico de São Petersburgo, o presidente russo Vladimir Putin abordou a crise com cautela, lembrando que cerca de dois milhões de cidadãos oriundos da ex-União Soviética residem em Israel, e que tal vínculo é levado em consideração nas decisões estratégicas de Moscou.
Entretanto, a resposta mais dura partiu de Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia. Em comunicado oficial, Medvedev afirmou: “Trump iniciou uma nova guerra… Com esse tipo de sucesso, ele não ganhará o Nobel da Paz.” Acrescentou ainda que os bombardeios não impedirão a continuidade do programa nuclear iraniano e sugeriu que “vários países estão prontos para fornecer ogivas nucleares ao Irã”.
A chancelaria russa classificou os ataques como “irresponsáveis” e “uma grave violação do direito internacional”, alertando para o perigo de um confronto de dimensões globais.
A comunidade internacional reagiu com preocupação. O secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou uma reunião de emergência e alertou para os riscos de um “ciclo de retaliação incontrolável”.
Diversos países europeus, incluindo Reino Unido, França e Alemanha, apelaram ao retorno urgente do diálogo diplomático. Por sua vez, China e Emirados Árabes Unidos condenaram os ataques dos EUA e exigiram um cessar-fogo imediato.
Entre as consequências já visíveis e potenciais, destacam-se:
Fechamento do Estreito de Ormuz: O Irã avalia o bloqueio da rota estratégica como forma de retaliação, o que pode gerar uma disparada nos preços internacionais do petróleo.
Alinhamento Irã–Rússia: O diplomata iraniano Abbas Araghchi viajou a Moscou para debater contramedidas conjuntas, incluindo possíveis avanços nucleares.
Proliferação nuclear: A insinuação de Medvedev de que o Irã poderá receber apoio externo para obtenção de ogivas nucleares acende o alerta para uma possível nova corrida armamentista.
A intensificação do conflito entre Irã, Israel e os Estados Unidos, com o envolvimento direto da Rússia e a mobilização diplomática global, evidencia um cenário extremamente volátil. As próximas semanas serão decisivas para se saber se o mundo caminha rumo à contenção — ou a um novo capítulo de instabilidade internacional.