A paciência esgotou-se. Depois de reuniões inconclusivas com o Governo, o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos Santomenses (SJS) decidiu endurecer a sua posição e anunciou uma greve geral por tempo indeterminado a partir do dia 10 de setembro de 2025.
A decisão de avançar com um pré aviso de greve ao governo, resulta do crescente mal-estar no seio da classe, que acusa o Executivo de falta de compromisso escrito e de sucessivos adiamentos na resolução de problemas que se arrastam há anos.
Em conversa que a Zunta TV teve ao telefone com, a Direção do SJS, composta por Jorge Do Ó (Presidente), Edmilson Numbe (Vice-presidente) e Fernanda Costa Alegre (Secretária-geral), revelou que, apesar de promessas verbais do Governo, “não há documentos, não há garantias e não há soluções concretas”.
As reivindicações não são novas, mas ganharam força após a Assembleia-Geral de 30 de agosto. Entre elas, destacam-se:
A exclusão do pessoal administrativo no Decreto nº 23/2022, considerada injusta pela classe;
A revisão da grelha salarial, prometida de três em três anos, mas nunca cumprida;
A gestão pouco transparente da taxa audiovisual, com denúncias de que funcionários do gabinete do Primeiro-Ministro recebem subsídios sem ligação ao setor;
A introdução de um subsídio de turno, exigência antiga e nunca implementada.
Outro ponto de fricção é a alegada dívida da EMAE relativa a receitas de 2023, confirmada pela própria direção da empresa, mas ainda sem resposta oficial do Executivo.
O sindicato afirma que só voltará atrás na decisão se o Governo apresentar um memorando de entendimento escrito com soluções objetivas e prazos definidos. Até lá, os microfones e câmeras do Estado podem, a qualquer momento, deixar de transmitir.